quarta-feira, 10 de junho de 2009

...

Tatuagem encobre mistérios? Ou melhor, suscita mistérios? O que de fato revela? Se realmente revela. Não seria somente nossa ilimitada imaginação alargando ruas?Novamente ele atrás das persianas. O olhar fecunda vidas alheias, transfigura - em um campo íntimo - modos, entradas e chegadas, afetos, conflitos, transgressões (...). E ali ele permanece: aberto à indefinidas fabulações, casualmente em confronto ao que supõe ser o bloco do real (em sua concreta banalidade).

alunos

Um movimento repentino pra dentro
(recolhimento).

Um estranho desalojamento no contato com vidas que oscilam.
Será que eles resistem?
Até quando?
Para onde eles vão?
O que os precarizam?
O que os potencializam?
Que cartografia é possível desenhar além dos limites traçado a ferro e fogo?
Meninos e meninas que me despertam uma tristeza e uma doce, sim, uma doce ternura.

Mas ainda é possível dançar (...)
E isso eles fazem acariciando o trágico ainda não percebido

nas suas ingenuidades,
nos seus atabalhoados flertes,
na linguagem que engasga
e na esperança manca.

Os meus, o meu, o eu: comunga, lamenta, revolve, chora o mundo onde o que mais se vê ainda é a redundante performance vazia.

Nos molhe, vida!


segunda-feira, 8 de junho de 2009

maré




Para Waly, Calcanhotto, Maravilha e todos que ouviram Maré.


Lembra o mar

E trás ondas nos lábios

Um azul demarca contornos

Acentua traços
Configuração


Canto e gesto executam partituras

E o ressoar se abre para toda delicadeza
Orquestração


Sons e movimentos

Que pedem passagem
Música


O líquido é pretexto
E essência que deságua

Em fértil poema
Palavras. (pra que?)



Que de uso em uso
De quebra em
quebra



Com o
Saber

perder nas


mãos

Encontra a medida. O trecho antítese do excesso. A imagem que sugere e se refaz. Para além da verbo RRa gia.




Mas o poema não acaba.

Desdobra-se no contínuo das tentativas, das (re)colocações, das (re)adequações.



Em (ré – maior) as palavras insistem em desenhar cartografias.
Melodicamente (...)

Fluxo, fluido, fruído.




Abalos tímidos, quase imperceptíveis ... aos ouvidos.



Ampla a paisagem de muitos retratos.
Caleidoscópio a enquadrar fugidias imagens.