pede
a benção a Deus antes de entrar. sabe dos riscos e da possibilidade de se
perder. contudo, há outros pesos
operantes em seu espírito à beira do precipício que a faz prosseguir. do mal se
benze e tenta afinar seu canto no compasso do sagrado, sagrado profano nas
espirais do tempo. terceiro sinal é como uma trombeta que anuncia a provação da
noite. enlouquecida de fé, simula um restauro que nunca houve, reafirma a
diferença na semelhança do que não se perdeu, retém o discurso nas dobras de
suas palavras e canções, e dança. filho e passado e presente e corpo e encontro
e Ele, seu restauro, sua cidadela, sua contenção, sua expansão reformulada. vai
no fôlego e encontra a paz no intenso das horas. aquecida pela partilha
musical, sonda seu desejo e frequentemente aponta as alturas, como se quisesse
alçar, em reverência, pra outras dimensões o comum que cria. sente como que
presa a fios generosos na sua extensão e elasticidade: estão lá, porém não
impedem que rodopios aconteçam, pelo contrário, deixam de ser amarras e se
transformam em objetos lúdicos.irmandade, rito e oração numa ordem de festa
fortalece a mulher de muitas frentes que não cabe em reduções moralizantes e
apressadas. o delírio e o caos formam um deus bailarino, é o que parece
perceber quando canta (ou talvez não perceba, só sinta). deus que dança e canta
e ri na imanência da festa naquela noite.
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