DESATAR
(ADRIANA MONTEIRO DE BARROS)
Para Gean Queiroz
(ADRIANA MONTEIRO DE BARROS)
Para Gean Queiroz
Não gosto da palavra nó.
Nó é algo que aperta,
que prende linhas,
que não se abre,
que, atado, amarra, ao invés de esparramar.
Lembro que aprendi a dor nó de marinheiro.
Hoje me ocupo em desatá-los.
Desfaço, desato
e desabo em nós.
Mas nó também lembra 'nós',
lembra 'junto'.
Preciso de nós,
como preciso de barco sem rumo,
de leme à deriva,
de árvores ao vento,
de raiz,
de chão.
Eu ainda desato nó,
mas já é um rumo.
Os outros, o mar levou.
( Em cada braço de mar, há um pedaço de nós. Em cada enseada, um abraço.)
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