quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

para ela (...) em algum lugar.

Cedo

para Lucia Murat e seu “Que bom te ver viva”


Ela acorda cedo, bem cedo.

Antes de tudo, antes do mundo.

Cedo, a espera da luz.

Do ânimo: promessa.


Joga a memória em lances de dados,

E esconde peças,
Evita movimentos: o Obscuro da dor.


Bolor, páginas amarelas, enquadradas no tempo
Marcam seu vestido


Sua pele, em revestimento que bloqueia acessos e vibrações, sonha o sol.
Cicatriz.


Ela acorda cedo e teme a fresta da janela, estranha os ruídos da rua, o dia que nasce.

Copo d’água e cigarro refratam o brinde.

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